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O Português em Moçambique – moçambicanismos e características peculiares. Crónica breve de uma viagem muito recente
quinta-feira, 12 julho 2018

O Português em Moçambique – moçambicanismos e características peculiares. Crónica breve de uma viagem muito recente

Excerto da comunicação apresentada no âmbito do colóquio Unidade e Diversidade da Língua Portuguesa, que decorreu a 10 de julho, Salão Nobre da ACL.

 

O Português em Moçambique – moçambicanismos e características peculiares. Crónica breve de uma viagem muito recente

João Abel da Fonseca (ACL)

 

[A comunicação, como vem explicitado no seu título, é uma crónica breve de uma viagem recente sobre um tema para o qual não possuo habilitações específicas. Não se trata de um estudo erudito nem tem aparato científico, só se pode acolher a uma partilha de entusiasmo.]

 

1. Vagueando por moçambicanismos

Há um mês, precisamente, encontrava-me em Moçambique, a meio de uma viagem que ali me deteve durante dez dias, viajando entre as cidades de Maputo e da Beira e, um pouco mais a Norte, ainda na Província de Sofala, até Sena e Caia, não esquecendo os dois dias de visita ao Parque Nacional da Gorongosa. 

Adaptando o texto original desta comunicação aos vinte minutos de que disponho, resultou esta versão em que os moçambicanismos ocorrem sem que haja uma contextualização aprofundada dos diálogos mantidos com os distintos interlocutores. Logo à chegada, ainda no aeroporto, percebi que o café abatanado, que me é servido em Portugal, se chama ali uma banheira. Uma garrafa de cerveja com capacidade de 330 ml, diz-se uma ampola e a de 550 ml é conhecida por bazuca. Há cervejas artesanais de variedades distintas: a cabanga; a oteca; a pombe e a uputu. Durante a digressão por Maputo fui anotando outras expressões e algumas frases. Uma forma de transporte comum, dito de chapa, é o my love, já que os passageiros viajam de braço dado, em pé, na caixa aberta do veículo, para que nas travagens frequentes se sintam seguros. Trocar o pneu furado pelo sobresselente diz-se diminuir um e aumentar o outro, sendo que o veículo ficara acidentado. O trânsito local era uma situação – um problema.  

Me desculpe, mas esta bala anima maningue. E bem afatada!” Ou seja, que a rapariga com que nos tínhamos cruzado era muito bonita, atraía o olhar e ia bem vestida. Ao passar junto do hospital privado da capital, o guia comentou: “A minha mãe acabou aqui uma semana incomodada, o meu pai pagou pagou, mas valeu”, querendo dizer-me que a mãe doente, ficara ali internada, sendo a despesa avultada. Para me explicar que por aquelas ruas havia ladrões a assaltarem os turistas, e a polícia tinha dificuldade em apanhá-los porque sabiam por onde fugir, usou a frase: “Nesta zona andam a bater à sorte os turistas, mas a polícia desconsegue de lhes acertar, sabem por onde bombar”. Quem pensava que conhecia algumas palavras: canimambo; machibombo; mainato; machamba; capulana; balalaica; caneco, entre poucas mais, cedo percebeu que tinha muito para aprender. O périplo prosseguiu. Mais um cruzamento, desta vez com semáforos. Estamos perto de uma zona de feira que se estende ao longo de uma avenida. O guia informa: “Estão aqui o dia todo nas cantinas, a biznar”. Na verdade, o negócio parecia não faltar por ali. Um grupo de jovens, por conta de quem gueva (compra em quantidade para revender), aproximou-se para vender de tudo um pouco: jornais, cigarros à unidade, fruta, pilhas, esferográficas, fruta, galinhas vivas, garrafas de água fresca e até pequenas peças de artesanato local. Estavam do lado do condutor e pedi-lhe que abrisse o vidro e perguntasse quanto custavam estas últimas. Resposta pronta: “Cinquenta, cinquenta”, ou seja, cinquenta meticais por cada uma: achei uma pechincha (cerca de setenta cêntimos de euro) e comprei todas. O sinal ia abrir quando, inesperadamente, o rapaz retirou da algibeira mais um objecto para me oferecer. O guia esclareceu-me: “O mufana (rapaz) vendeu bem, ficou contente, deu bassela (oferta aos bons clientes). Ainda deve ter mais nos cabedulas (calções)”. O trânsito estava engarrafado, devido a um acidente com uma txopela (triciclo motorizado com caixa fechada) que capotara. Naquela artéria, ladeada de cantinas, que parecia não terminar – mais uma paragem –, desta vez junto a uma pequena banca onde eles e elas, em evidente frenesi, esperavam a sua vez: “Estes bicham aqui empeados para carregarem os vodacomes. Andam à buiça e pagam ao dia”. Estavam ali de pé, em fila, à espera de pagarem o carregamento dos telemóveis, o que fazem diariamente, conforme o que recebem, fruto de esmolas.

Meia volta volver e aproximámo-nos mais do centro da cidade para entrar numa zona residencial com boas moradias restauradas. Viam-se guardas à porta, a evidenciar a presença de gente de posição. O guia ia dizendo: “Há muito cabritismo (corrupção) nesta gente pauosa (poderosa) que por aqui vive, o que mais querem são bocas (pagamentos para se obter uma simples audiência ou conseguir uma vantagem)”. O tempo foi passando e já tinha alguma larica, impunha-se encontrar um sítio para almoçar: “Estamos no Ramadão, não posso nada, mas chegamos ali num banguene limpo onde se come boa carne de vaca, mas conheço restaurante da alta, o senhor sabe”. Lá fomos à tal tasquinha asseada onde, de facto, me foi servido um bom naco na grelha, nhami nhami (delicioso), que degustei como posta barrosã. No balcão, um grupo de operários, a djobar na construção civil, servia-se de um jarro com algo parecido com sangria – era catembe, pois bem, uma mistura de vinho tinto com coca-cola – que acompanhava as badjias, uns pastéis salgados de farinha de feijão.

Aqui e ali, cruzámo-nos com viaturas donde acenavam e, não raro, buzinavam. Eram conhecidos, familiares ou amigos do meu guia. Quando um passou por nós, um pouco acelerado, lá saiu: “Vai a zunar. É meu brada, um pouco bongolo, ficava muito, tem pouca querença. Agora está sem bassa”. O amigo, um pouco ignorante, reprovava com frequência, teve pouca vontade de estudar e estava desempregado.  Já no aeroporto, antes de trocarmos um abraço de despedida, por certo agradado com o que vira no envelope, o guia foi-me dizendo: “Quero cumprir até ao fim, o senhor não foi cacata!”. Na verdade, nunca me considerei forreta!

O meu novo destino era a cidade da Beira onde ficaria hospedado na residência do Cônsul- Geral de Portugal. Cheguei já noite entrada e ainda me cruzei com a empregada que teve a preocupação de advertir, depois de colocar a bagagem no quarto: “Não estranha Senhor, estive a baigonar”. Percebi que continuaria a ter de dar uso ao meu caderninho de apontamentos. Assim foi, logo na manhã seguinte, quando depois do pequeno-almoço fui até ao jardim dar uma cigarrada. O guarda apareceu a cumprimentar-me. Desde as seis da manhã que se ouvia música uns decibéis acima do normal. Foi tema de conversa: “Estão ali à nossa trás. Barulham muito, amanhecem na banga. É só bula-bula, oteca e caracata. Passam o dia na babalaza, a sonecar”. Uma parte dos que vivem nas instalações do antigo Grande Hotel da Beira passam a noite na conversa da treta, a beber cerveja artesanal e a petiscar massa frita de farinha de mandioca. Os altifalantes são ligados bem alto, manhã cedo, para os acordar da ressaca. Os frequentes cortes de energia impõem que haja um gerador na residência e o meu anfitrião já me dera conta de que havia um problema (mais uma situação) com o seu funcionamento. Em breve chegaria um técnico para tentar resolver o caso. Prosseguiu por aí a charla com o guarda: “A máquina sofreu e veio um chamuar que só fez canganhiça outro dia, só esteve a canhar nela, era mamparra. Este é senhor percebe e vai campainhar logo, logo”. Assim foi, passados escassos minutos. O gerador tinha-se avariado e fora assistido por um curioso, conhecido do guarda, que se limitou a dar pancadas na máquina, mostrando-se incompetente. Chegaria, entretanto, um técnico credenciado que tocaria a campainha. O guarda, filho de um antigo militar do Exército Português, já me tinha dito que estudara pouco e, por isso, laminava maningue, ou seja, dava calinadas e pontapés na gramática, com frequência.

Uma longa jornada, de mais de dez horas, me esperaria, na estrada nacional, rumo a Caia, onde ficaríamos alojados três dias durante a visita à região dos rios de Sena. Antes de iniciarmos a viagem importava atestar o depósito de combustível, na última gasolineira, onde um grupo de moluenes (meninos da rua) pedia esmola com os madodas (anciãos) cegos e vendia ervas para os mitombos (mezinhas de curandeiros). Pelo caminho encontrámos os régulos que regressavam de um comício onde a governadora tinha falado, e eram fáceis de identificar já que trajavam uma farda própria, com insígnias consoante o seu lugar na hierarquia: mambo, muene, samassua, entre outras designações. Horas antes eram os homens e as mulheres a caminho do trabalho agrícola, eles, a maioria de bicicleta, com o mangungo (farnel) às costas e elas, a pé, com as crianças, umas pela mão, outras a nenecar (às costas). Atravessámos povoações, junto à estrada, todas elas com dumba-nengues adjacentes, mercados informais onde de tudo se pode encontrar – junto à berma, os produtos da terra, e por de trás, em xitolos (lojas) alinhados de um e outro lado da via, tudo o resto. Fora delas, nas zonas de vegetação mais densa, languçavam (espreitavam) os macacos-cães e viam-se as pivas (espécie de antílopes) correndo, a atravessar.

Já instalados no único empreendimento turístico de qualidade, em Caia, depois de largarmos a bagagem, fomos jantar, não antes de ter sido cumprimentado com um: “O boss, fica bem”. Impunha-se atravessarmos uma ponte sobre o rio Zambeze, obra com poucos anos, onde a viatura foi mandada parar, já transposta aquela, junto a um posto de controlo policial. O agente era simpático e, depois de ouvir a resposta, falou: “Percebe meu Pai, mas na volta traz sim uma dragon?”. Trata-se de uma bebida energética, comercializada em lata, do tipo ‘Red Bull’. No restaurante, também o único com qualidade na zona, fomos atendidos pelo Jeremias que mal abríamos a boca pedindo algo, logo respondia: “Vou levar, Senhor”, querendo dizer que ia buscar. Ao consultar a lista para escolher a sobremesa verifiquei que a fruta não tinha o preço inscrito e comentei com o empregado que era de graça, ao que retorquiu: “Aqui nada é mahala”, aspirando o ‘h’ intervocal.

 Nas margens do Zambeze ainda houve tempo para uma travessia, de terra firme até uma pequena ilha no meio do rio, a bordo de uma machua (batel), apetrechada com um motor de debulhadora, propriedade do barqueiro Timóteo. Um passo meu, desequilibrado, ao embarcar, mereceu do ajudante Rui, um pronto: “Passopa! (cuidado!)”. Perto do cais, as mulheres lavavam a roupa que punham a corar sobre a vegetação e os homens limpavam o acesso com facholos (enxadas). Um deles, porém, o Bartolomeu, pescava à linha e já lograra a captura de dois barbos pequenos (do grupo multilineatus eutaenia). As meninas nenecavam os irmãos mais novos, quais macaiaias (amas), e os muanas tchilavam (rapazes brincavam) atirando pedrinhas ao rio e tossecavam (bebiam) de pequenos cocos, que disputavam em timaca (briga) por vezes aguerrida, com uns pontapés no mataco (traseiro), entre correrias atrás de um cachorro, gritando: “Suca, famba! (xô, ala!)”. 

A viagem de regresso à Beira foi por corta-mato, de terra batida, encurtando o tempo em duas horas, mas bem que aspirei por um lugar de primeira classe na xitimela, como alguns chamam ao comboio. A digressão que me foi proporcionada pelo Cônsul-Geral de Portugal foi inolvidável e a companhia de um funcionário consular não menos, imprescindível como bom conhecedor da região e ainda como intérprete, qual chuanga da terra, como ali são chamados os línguas. Passaria ainda mais três dias na capital da província de Sofala. Num jantar que decorreu em casa de um português septuagenário, baneane nascido em Diu, que comemorava a data do seu aniversário natalício, só consegui anotar que era uma banja, ou seja, uma reunião familiar. Durante o jantar-recepção do Dia de Portugal, tudo se passou de igual modo. Só já nas despedidas, o Vice-Presidente da edilidade local acompanhou o cumprimento com umas palavras simpáticas: “Não é para babar, mas gostei muito do dito”, ou seja, que não era um falso elogio de ocasião. Tinha mesmo gostado do meu discurso.  

No dia seguinte parti com destino à Gorongosa, onde fiquei dois dias. No Departamento de Flora do Parque Nacional trabalha, diariamente, o Tonga Torcida, biólogo, poeta, dramaturgo, encenador, actor e bailarino, que ali chegara havia onze anos, com a idade de dezanove, como ajudante de limpeza e manutenção na piscina do empreendimento turístico. No ano passado esteve três meses na Universidade de Coimbra a frequentar um seminário orientado pelo Prof. Jorge Paiva. Com um olhar vibrante de paixão pelo que faz, insere na base de dados, já «online», a classificação das cerca de 23 800 espécies identificadas no espaço do parque. Ao dizer-lhe que conhecia o mestre, exclamou: “Afinal?!”, ou seja, não me diga?! Pouco depois, ao perguntar-lhe se já concluíra o mestrado, respondeu-me: “Ainda”; para rematar com um: “Capaz”, quando um outro circunstante lhe disse que o levavam para a América. Aquele ‘ainda’ era um ‘não’ e este ‘capaz’ era mesmo um ‘nem pensar, daqui não saio, daqui ninguém me tira’.

A viagem a Moçambique estava prestes a terminar. Dali partiria, em Cessna monomotor, com destino a Maputo, onde pernoitei, aguardando o voo de regresso a Lisboa, na manhã do dia seguinte. Já no hotel, tive ocasião de anotar duas outras vezes. O empregado que me levou a bagagem até ao quarto trajava calça preta, bem vincada, e um pólo azul claro com o emblema da unidade hoteleira. Por certo reparou que detive o olhar nesta última peça de vestuário e perguntou-me: “O Senhor gosta da ‘portuguesa’?”. Pedi-lhe que ligasse a televisão num canal que tivesse noticiários frequentes. Foi directo a um em que se falava sobre o Mundial da Rússia e a conversa enveredou pelo futebol, dando lugar à última tirada digna de registo: “O Ronaldo é o nambauane”.

 

2. Algumas características peculiares do Português de Moçambique

  

Seguem-se uns comentários sobre expressões com algumas características peculiares, encontradas durante os diálogos ou na imprensa diária, no Português de Moçambique.

1. Você me está a ouvir, ou nem?

Na frase verifica-se a próclise do pronome. Na variedade portuguesa da língua (PT) usa-se a ênclise “ouvir-me”. Na expressão, o termo “você” não é habitual em PT. Não se usa em PT a conjunção “nem” a substituir o advérbio grafado “não”. Usa-se “nem por isso”.

 

2. Como eles chamam-se?

Neste caso, e com “como” no sentido de “tal qual”, já é costume a próclise em PT: “como eles se chamam”.

 

3. O João já chegou à Beira; encontrei-lhe ontem no clube

Há, na frase, a utilização indevida de uso em complemento directo do pronome átono “lhe”, que funciona como complemento indirecto. Verifica-se esta utilização amiúde de “lhe,lhes”, contudo, só para os casos em que se está a referir a pessoas.

 

4. Estava em choque, nem força para gritar não tinha

Nos hábitos linguísticos de PT, nota-se na frase uma discrepância lógico-con­ceptual: em rigor, a interpretação lógica do texto é que se “nem não tinha” é porque tinha alguma coisa. A dupla negativa, pelo inusitado, intensifica o conceito. Aliás, é habitual em PT a figura da dupla negativa como realce: “Nada tenho” é diferente de “Não tenho nada”.

 

5. Logo, logo, responderei

A repetição da palavra em PT acentua o seu sentido. O advérbio “logo”, com o sentido de “com presteza”, se repetido, pode significar que demorará mesmo muito pouco.

 

6. Isto é carne, carne

O grupo, neste caso, não funciona como uma intensificação, mas como um realce, um sublinhado de que se trata mesmo de carne. Também provável para significar que não se trata de carne picada ou, ainda, para assegurar a sua boa qualidade.

 

 7. Ele é feio, feio

É um caso frequente em PT de uma forma do superlativo absoluto analítico.

 

8. Não é assim tanto, tanto

Aqui nega-se a intensificação, nestes cambiantes de imensa riqueza do PT.

 

9. Chupa-chupa

A associação de formas verbais para nomear acções repetidas é frequente em PT (ex.: “o pisca-pisca do carro”).

 

10. Ganho-ganho

Este grupo transcende o conceito de grupo de realce. Com o sentido que tem de ganho do trabalho e não de outra forma, é idiomática e só os naturais o entenderão na sua subtileza.

 

11. Pouco-pouco

O hífen a substituir a preposição “a” não se usa em PT e é idiomático na acepção de “devagarinho”.

 

12. Estou pedir, estou cabar, estou garrar

Analise-se cada um dos conjuntos:

Estou pedir: grupo que não perde o sentido sem a preposição, mas é linguagem de SMS; • Estou cabar: grupo que perde o sentido na supressão da preposição e na da eliminação do primeiro “a” de acabar; • Estou garrar: perdeu o sentido em PT na dupla supressão, pois “garrar” significa apartar-se.

 

13. Quanto custa?: “Cinquenta, cinquenta”

A repetição do numeral com o sentido de “cada a cinquenta” é idiomática e só os falantes que usam a estrutura entendem o seu significado peculiar.

 

14. Nós fomos pedidos estar no jantar às 21 horas

Na voz activa, o sentido do contexto seria: Pediram-nos que estivéssemos no jantar às 21h. Sujeito “eles”. Objecto: “que estivéssemos no jantar às 21h”. A voz passiva seria: Que estivéssemos no jantar às 21h foi-nos pedido por eles. Sujeito que justifica a acção: “Que estivéssemos no jantar às 21h”. Complemento agente da passiva da acção de pedir: “por eles”. O que foi pedido foi: “Que estivéssemos no jantar às 21”, e não “nós”. A acção indirecta em “nós” passou, na passiva incorrecta, a ser o sujeito, incluindo o respectivo predicativo: “nós fomos pedidos”. Trata-se de uma irregularidade na construção da voz passiva e, quanto muito, linguagem de SMS.

 

[…]

 

4. Um adeus muito saudoso

A terminar, deixo o poema-conto em língua Sena, “O espírito de uma árvore é a sombra…”, contado por Fernando Sadjungira, recolhido em 2009, incluído numa colectânea, recentemente republicada, sobre Contos da Gorongosa, em Janeiro de 2018:

 

       Nzimu wa muti ndi ntunzi.                   O espírito da árvore é a sombra.

       Nzimu wa sanga ndi ntota.                   O espírito da erva é o orvalho.

       Zwense zina senza.                               Tudo é útil.

       Zwense zina longa.                               Tudo fala.

          

 

TÁ-TÁ, CANIMAMBO!

 

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA SOBRE O PORTUGUÊS DE MOÇAMBIQUE

Consultar em:

http://www.catedraportugues.uem.mz/lib/docs/Bibliografia22Nov2010.pdf

Comentários (1)

  • Tocha Santos

    Tocha Santos

    20 maio 2021 às 16:24 |
    Muito interessante. De notar que, além destes aqui relatados, há outros termos a norte do Zambeze

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